Levantamento da Nexus Pesquisa e Inteligência ouviu 2 mil pessoas presencialmente de 10 a 15 de janeiro. 65% apoiam o fim da escala 6x1

A pesquisa indica que 27% são contrários, 5% são indiferentes e 3% não souberam opinar. O grau de confiança é de 95%.

O recorte por idade indica que 76% dos jovens querem redução da jornada. 

O apoio à proposta de acabar com a escala de seis dias de trabalho para um de folga é de 66% entre quem está inserido no mercado de trabalho, seja de maneira informal ou formal.

A aprovação sobe para 73% entre os desempregados, provavelmnente porque redução de jornada provoca aumento da oferta de emprego, e 76% entre os jovens de 16 a 24 anos.

Já para o grupo que abrange os aposentados, pensionistas, estudantes e donos de casa, o apoio cai para 61%.

No recorte por gênero e renda, são as mulheres (68%) e quem ganha até um salário mínimo (70%) os que mais apoiam a redução da jornada de trabalho.

A proposta do fim da escala 6×1 ganhou força nos últimos meses no Congresso e um projeto de redução da jornada foi protocolado recentemente pela deputada Érika Hilton (PSol-SP).

A proposta aguarda o despacho da presidência da Câmara para começar a tramitar na Casa. Outros projetos com o mesmo objetivo, um deles do senador Paulo Paim (PT-RS) já tramitam no Parlamento e podem ser apensados à proposta da deputada do PSol.

Qualidade de vida

Para 65% dos participantes da pesquisa, a redução dos dias de trabalho traria maior qualidade de vida para a população.

Outros 16% acham que traria prejuízo, 15% disseram que não faria diferença e 4% não souberam responder.

A pesquisa mostra que o segundo benefício apontado pelos entrevistados seria a produtividade: 55% acreditam que ela aumentaria com a redução no número de horas trabalhadas e 20% acham que diminuiria.

A experiência histórica corrobora essas percepções dos trabalhadores e trabalhadoras. Estudos sobre a instituição da Semana de Quatro Dias indicam que a iniciativa melhorou a qualidade de vida, reduziu a incidência de estresse e doenças ocupacionais ao mesmo tempo em que aumentou a produtividade, uma vez que o trabalhador mais satisfeito se empenha mais no trabalho e aumenta a produtividade.

Metade dos brasileiros quer a redução da jornada apontando o objetivo de conquistar mais tempo livre para se dedicar mais à família. Caso a proposta ganhe força e seja aprovada, 47% dos brasileiros responderam que devem dedicar mais tempo à família. Estar mais presente em casa foi citado como prioridade em todos os recortes populacionais independentemente de sexo, renda, escolaridade, região, idade e religião.

Algumas das outras respostas apontadas foram: cuidar da própria saúde (25%), fazer renda extra (22%) e investir em cursos e capacitação profissional (17%).