O horário de trabalho não é contínuo. a luta sindical é criminilazida. Projeto polêmico foi aprovado em meio a protestos da classe trabalhadora
Nesta semana o Parlamento grego aprovou uma reforma trabalhista que legaliza a superexploração dos assalariados no país Entre outras medidas, a reforma aumenta a jornada semanal de trabalho em até 78 horas. As medidas foram propostas pelo governo conservador encabeçado pelo recentemente reeleito primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis. Milhares de assalariados protestaram contra o projeto em diversas cidades do país incluindo uma greve geral de 24 horas em 21 de setembro. Porém, no dia 22 deste mês foi aprovada por 158 votos a 136: o partido do primeiro-ministro, a Nova Democracia, foi o único que votou a favor.
Esta aprovação surge numa altura em que parte da população sofre com os incêndios florestais e as grandes cheias que o país tem sofrido nos últimos meses, o que tem causado ainda mais indignação. É uma série de mudanças que tornam a jornada de trabalho mais longa e cria uma nova forma de emprego. Veja abaixo:
* A reforma permitirá que os trabalhadores tenham, além de um emprego de oito horas diárias, um segundo posto, com até cinco horas de trabalho por dia. Ou seja, abre campo para jornadas diárias de até 13 horas.
* Também permitirá o trabalho aos sábados, chegando-se, assim, a 78 horas semanais.
* Os empresários também poderão determinar um período probatório de até seis meses para os contratados, e, ainda, poderão demitir os trabalhadores durante este período sem qualquer compensação ou aviso prévio.
* A reforma também cria os contratos para “empregados de guarda”, que não terão horários fixos de trabalho, devendo apresentar-se sempre que requeridos pela empresa e recebendo proporcionalmente às horas trabalhadas. A modalidade é semelhante ao trabalho intermitente implementado no Brasil pela reforma de 2017.
* Outra medida inclusa na reforma é o ataque às greves. Trabalhadores que realizarem piquetes poderão receber multas e, até mesmo, pena de prisão de seis meses.
O argumento do governo é que o projeto é uma forma de combater o emprego informal e aumentar a criação de empregos. O governo de Michel Temer (MDB) usou argumentos semelhantes no Brasil quando aprovou a reforma trabalhista em 2017, que também precarizou as condições de trabalho e impôs outros retrocessos nas relações entre capital e trabalho, mas não resultou em aumento do emprego (muito pelo contrário) e contribuiu para a estagnação da economia ao enfraquecer o mercado interno e reduzir o consumo das massas trabalhadoras. O movimento sindical brasileiro luta para reverter as mudanças promovidas à época.