Por André Rangel

Em 2019, a Islândia se destacou ao adotar a semana de trabalho de quatro dias, não por meio de uma lei geral, mas por meio de acordos que permitiram aos trabalhadores negociar semanas mais curtas ou horas reduzidas. Cinco anos depois, os resultados são evidentes. A experiência islandesa começou em 2015 com uma fase piloto envolvendo cerca de 2.500 funcionários, pouco mais de 1% da força de trabalho do país. Após o sucesso retumbante dessa iniciativa, com 86% dos funcionários expressando apoio, o projeto foi formalizado em 2019.

Hoje, quase 90% dos trabalhadores islandeses desfrutam de uma semana de trabalho reduzida de 36 horas, em comparação com as 40 horas anteriores, sem perda salarial. Inicialmente, havia preocupações sobre a produtividade, custos adicionais para as empresas e dificuldades em manter os níveis de serviço. No entanto, a experiência islandesa dissipou esses medos.

Como a semana de quatro dias afetou a produtividade?

Relatórios islandeses indicam que a produtividade permaneceu estável e até aumentou em alguns setores. Um dos fatores-chave para esse sucesso é a melhoria da saúde mental dos trabalhadores, um aspecto crucial destacado pela Geração Z. A redução do estresse, combinada com um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, teve um impacto positivo significativo no bem-estar dos funcionários.

Qual é o papel da tecnologia na implementação da semana de quatro dias?

Um dos aspectos mais notáveis da experiência islandesa é a promoção de uma maior igualdade de gênero. Ao incentivar os homens a se envolverem mais na vida familiar, a semana de quatro dias contribuiu para uma melhor divisão das responsabilidades domésticas e parentais. A Islândia manteve salários e condições de trabalho inalterados, apesar da redução do tempo de trabalho, graças a uma política proativa de digitalização de empresas e serviços públicos.